(っ◔◡◔)っ Olá, ouvinte!
Quando eu era mais novo, minha vida era cinza. Sem muita tristeza, mas também sem muita felicidade. De onde eu vim todo mundo é meio que criado a ser neutro. Nem preto e nem branco, cinza.
Lembro de uma amiga que conheci em Porto Alegre que passava por uma depressão profunda. Um dia ela me detalhou com palavras o que ela sentia. Nesse dia eu conheci a tristeza. E, também nesse dia, entendi o que é a alegria. No meio do cinza, enxerguei tons de amarelo e azul.
Meus amigos foram construindo comigo um baú cheio de emoções. Muitas histórias alegres, intensas, leves, longas, curtas e eternas. Por muito tempo eu não soube responder com palavras, então enviava músicas que falavam por mim (não é a toa que criei essa newsletter - ta-dah!). E graças a essas memórias cravadas em mim com músicas eu posso reviver muitos momentos de forma plena. E foi assim que outras cores foram chegando na minha vida.
Nas ultimas semanas tive experiências cheias de amor. Memórias com tons fortes de vermelho. Revi um antigo romance e reencontrei amigos de longa data. Vi o show da Lana del Rey. Nesse show entendi que ela não romantiza a tristeza, mas sim consegue encontrar a beleza na tristeza e na solidão (com muito tesão, óbvio). Uma tarefa muito dificil de se fazer. Que cor seria isso? Turquesa? No show chorei muito, mas chorei porque lembrei de pessoas que sempre me fizeram bem. Chorei de felicidade nostálgica - isso seria um tecido prata molhado em movimento.
Na semana seguinte, fui no casamento do Manoel e do Cainã. Fiquei conhecido como o chorão da festa. Depois de um discurso lindo sobre “amar é para quem tem coragem”, sairam do altar ao som de Menino Lindo, da Rita Lee. Nessa altura, eu ja tava no meu quinto choro. Mas, de novo: choro da beleza. Da felicidade. Esse casamento teve todas as cores, mas as cores do por do sol e das flores (que combinavam com meu look) prevaleceram. Laranja e rosa.
Pra fechar com chave de diamante azul-bebê, vi o show do Air tocando Moon Safari. Na semana seguinte fui para Paris, a cidade do amor. Tive um dia cinza, mas encontrei vários amigos. A festa se tornou colorida. Discotequei na Fête de la Musique e minha vida virou prata-disco-ball. E acabei revendo Ele. Com E maiusculo. Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão.
Com amor, Dimas Henkes ❤️
♪ álbum da semana ♪
Paulete Lindacelva, a multiartista pernambucana que atualmente reside em São Paulo, criou uma legião de fãs e se tornou uma das DJs mais solicitadas para comandar as melhores pistas de dança do Brasil. Sua pesquisa é uma tapeçaria vibrante tecida a partir dos fios do House, Disco, muito Groovy e ritmos tropicais, refletindo suas conexões profundas com o legado icônico da House Music de Chicago e ritmos Brasileiros. No seu EP de estreia, Guabiraba Chicago, Paulete mostra sua habilidade de misturar ritmos pulsantes com poesia brasileira, criando uma experiência auditiva imersiva que é extremamente fresh e inovadora. O EP é uma jornada onde cada batida é meticulosamente elaborada para evocar uma sensação de euforia e libertação e, igual a Midas da mitologia grega, tudo que ela toca vira ouro.
A essência do som de Paulete reside em sua inclusividade e celebração da diversidade, além de refletir sua personalidade forte e divertida. Não é a toa que ouvimos sua risada icônica em Cantinela (Jam do Amor) e imediatamente nos contagiamos e nos sentimos a vontade para dançar. Segundo Paulete, esse trabalho é sobre os encontros que ela teve nesses 10 anos de carreira, principalmente em São Paulo, e ela não vem só: com colaboração de Paola Lappicy, L_cio, Gabto e BADSISTA, o álbum representa uma festa com o melhor lineup paulista. E é essa capacidade de unir pessoas geniais que faz dela uma figura central no cenário musical contemporâneo da música brasileira.
O que realmente eleva o som de Lindacelva é a sua pesquisa profunda de referências cheia de autenticidade - de Frankie Knuckles a Denise Assunção. Quer ela esteja tocando em um clube ou em um bar mais íntimo, sua performance é sempre caracterizada por uma paixão desenfreada pela música e uma compreensão intuitiva de fazer seu público dançar. Seu trabalho não se trata apenas de tocar e produzir faixas, é sobre criar uma experiência segura e divertida na pista de dança. Seguramente, ela já garantiu seu impacto na música com o seu primeiro EP - e o futuro está a seus pés.
O EP foi lançado no dia 20 de Junho pelo meu selo discográfico Perfecto Estado:
Roland Garros 1984, de Gilles Aillaud.
Querem saber de mais lançamentos? Todos esses (e muitas outras novidades) estão na minha playlist de 2024:
ಥ_ಥ e um a até logo…
Muito obrigado por acreditar na minha pesquisa e na minha escrita.
Compartilhem músicas. Se você lembrar de alguém quando ouvir alguma indicação que fiz, envie como forma de afeto. Compartilhe também o link de inscrição da newsletter para chegarmos em mais pessoas: