(っ◔◡◔)っ Olá, ouvinte!
Recentemente, participantes de fã clubes de cantoras mainstreams atacaram jornalistas que criaram reviews de álbuns recém lançados. É muito raro existir uma obra de arte que seja perfeita. E os críticos musicais tem o trabalho de escutar a obra para descrever o que ela representa no contexto contemporâneo, levando em conta as referências e a importância para a cultura e seu próprio público.
Um exemplo que podemos falar sobre é a Taylor Swift. Por causa dela e seus fãs histéricos, algumas publicações preferem ser publicadas sem autoria por conta da avalanche de ódio que os escritores recebem por não elogiarem e massagearem o ego da loirinha. Além disso, ela resolveu compartilhar nas suas redes sociais somente quem elogia ela - imagina o tanto de likes e seguidores as pessoas coagidas (por números) a elogiar ganham.
No Brasil, os fãs da Anitta fizeram algo parecido. A maioria das críticas foram positivas, mas alguns jornais (safados) decidiram compartilhar as frases mais provocativas (e negativas) para ganharem números com clickbait. Portais musicais do Twitter também usaram essa estratégia, recortavam as piores frases, excluíam os elogios e criavam uma nova narrativa para ganharem likes, comentários e compartilhamentos. O ódio engaja.
Precisamos saber diferenciar haters e críticos musicais. Começando por aí… O hater somente odeia tudo e a todos, incluindo ele mesmo. O crítico (seja de arte visual ou musical) existe para descrever o contexto cultural da obra para o próprio artista poder evoluir nos trabalhos seguintes. O ego (do artista - e dos críticos também) precisa ficar de fora nesse jogo, assim todo mundo sai ganhando.
Eu tenho um lado particular nessa história, comecei essa newsletter em plena pandemia para enviar álbuns e músicas que nos confortam, não compartilho músicas que eu não acredito no potencial - sem entrar no mérito do que é “bom” ou não. Essa newsletter serve para elogiar e dar palco para vozes importantes do mundo todo, principalmente artistas brasileiros independentes que boto fé e precisam ser escutados. Todas as escolhas são humanas, sem algoritmos, privilegiando quem cria algo importante para a cena cultural contemporânea - ou resgatando vozes de quem continua relevante. Música é sentimento e energia.
Se você quer ler mais sobre esse assunto, leia a Thread do Pedro Antunes sobre o assunto.
Com amor, Dimas Henkes ❤️
♪ álbum da semana ♪
Nicolas Jaar pode ser descrito como o Mozart da música contemporânea. Suas produções são cheias de camadas sonoras com diferentes texturas e mensagens políticas. Na última semana, ele lançou o novo projeto chamado Archivos de Radio Piedras. Ao total são 49 peças musicais: 17 episódios de teatro de rádio + 32 músicas novas. Foi lançado só no Bandcamp e toda grana vai para ONGs (uma da Palestina e outra pros povos Mapuches).
Preciso da sua atenção.
Hoje a newsletter é mais curta. Existe um motivo urgente para isso.
O estado do Rio Grande do Sul foi atingido por fortes enchentes. De 497 municípios, mais de 300 foram destruídos e 800 mil pessoas foram afetadas. Minha família e meus amigos estão seguros em uma cidade que não tem como sair nem entrar. Vão ficar sem receber água, comida e gasolina por alguns dias.
Por favor, se você puder compartilhar esse post nas redes sociais vai ajudar fazendo o mínimo. Existem formas de contribuir com dinheiro e com produtos.
Todas as agências dos correios dos estados de SÃO PAULO e do PARANÉ, além de boa parte das agências do RIO DE JANEIRO, estarão recebendo doações para as vítimas do Rio Grande do Sul.
Se você é uma das vítimas ou conhece alguém afetado, veja esse link: https://bento.me/ajudars Ele serve para dar suporte para quem está buscando resgate e para quem tá sem conseguir falar com os familiares.
Aqui o pix oficial e seguro de doações em dinheiro: